quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O sorriso humano: aspectos universais, inatos e os determinantes culturais


Será que sorrimos apenas porque o outro sorri?
E a tristeza? Como conseguimos não expressá-la em nossa face? O medo ou a surpresa são expressões que se confundem?

Um artigo, sem dúvidas, muito interessante!

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Autores: Deise Maria Leal Fernandes Mendes; Maria Lucia Seidl-de-Moura (Departamento de Psicologia - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

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Com o propósito de defender uma perspectiva sociocultural e evolucionista para a compreensão do sorriso humano e favorecer a formulação de hipóteses a serem submetidas ao teste empírico, discute-se neste trabalho a literatura sobre aspectos inatos e adquiridos no sorriso e suas origens filogenéticas.

Já que os bebês não são capazes de fingir ou mascarar seus sentimentos, as expressões faciais que exibem são indicadores confiáveis de seu estado emocional. Porém, expressões de emoções negativas, como raiva e desconforto, são difíceis de serem eliciadas em bebês nas pesquisas de desenvolvimento. 


O sorriso, não só em bebês, mas também em adultos, é uma forma de expressão facial amplamente associada, na literatura científica, à manifestação de afeto positivo e de emoções como prazer e alegria.

Uma das primeiras e mais instigantes questões a serem enfrentadas no estudo do sorriso é sua origem. Terá o meio Por outro lado, se inata, pode ser explicada como fruto da filogênese humana? Permanece invariável desde o seu surgimento ou passa por algum processo de transformação ao longo da vida dos indivíduos? sociocultural uma atuação direta e determinante em suas manifestações?

A habilidade para reconhecer emoções nas expressões faciais parece ser, ao menos em parte, inata. Os recém-nascidos também parecem dotados, desde muito cedo, da capacidade de identificar algumas expressões faciais associadas a emoções.

Algumas dessas expressões, como o sorriso, são consideradas, por Darwin e pelos que se baseiam em suas ideias, inatas e universais. A argumentação apresentada apoia-se, por um lado, em casos de pessoas cegas de nascença, para quem seria impossível aprender as expressões por imitação.

Apesar das evidências relatadas pelos pesquisadores que defendem o caráter universal e inato das expressões emocionais, persistem visões antagônicas originárias de parte da Psicologia e da Antropologia.


Conclusões:

- Na tentativa de se entender melhor as origens do sorriso, acredita-se que a questão sobre um comportamento ser inato ou aprendido deve ser deslocada para a indagação a respeito de que fatores herdados e que fatores provenientes da experiência são determinantes do que está sendo estudado, e
por meio de que mecanismos é produzido o comportamento.

- A manifestação de emoções por meio das expressões faciais pode ser pensada como um atributo humano com uma história evolutiva, sendo aprimorada pela experiência. É considerada, portanto, produto da interação de aspetos inatos e socioculturais, sendo esses últimos aprendidos pela espécie ao longo do tempo e pelos indivíduos em seu contexto histórico. 

- Mais importante do que tentar identificar se o sorriso é determinado biologicamente ou pela cultura, é procurar entender a dinâmica da interação entre essas duas forças indissociáveis.

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Link para o artigo completo em PDF:

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